POESIA
Quem nunca parou para ler, escutar ou até tentar escrever alguma poesia...
Normalmente isso acontece em momentos que estamos mais fragilizados, solitários, carentes ou até no auge de uma paixão.
É uma forma de desabafo para si mesmo, colocar o que não pode ser dito numa folha de papel.
As melhores e mais simples definições que encontrei sobre poesia são as seguintes:
"A poesia é o extravasar espontâneo de poderosos sentimentos" (William Wordsworth).
"Poesia é o que não pode ser traduzido" (Robert Frost)
A TUA PROCURA...
É quase noite, a natureza parece que chora, só são ouvidos os pingos da chuva na calçada e o longínquo cantar de um pássaro que volta a abrigar-se em seu ninho. O silêncio de vozes, de passos tem o dom de entristecer a rua...
Olho através da vidraça e te procuro na rua... as árvores molhadas dançam ao ritmo do vento. Meu olhar acompanha as lágrimas que a chuva faz nas vidraças. A lágrima fria da chuva desliza serenamente em meu rosto, que te procura na calçada deserta.
Com o entardecer que chora, vem a noite trazendo consigo um manto negro que cai pesado nos ombros da chuva, abrandando seu ritmo. O vento seca a lágrima fria e na vidraça te procuro na noite. O vento é brisa e na sombra de um viajante, há um mistério que o silêncio esconde.
Da chuva o que restou? Um véu branco de neblina. Saio a tua procura e ouço longe o lamento dos grilos que tristes entoam uma música de saudade.
A noite passa lenta, fria, arrastando-se pelos becos e ruas, e com ela caminho a tua procura. Meus passos percorrem todos os caminhos do mundo, encontro imagens tristes, silhuetas soltas como lenços perdidos. Algumas folhas ainda molhadas caem dos galhos e acompanham o cortejo da madrugada gelada em direção ao horizonte.
E vem a luz do dia que penetra nos recantos frios, o primeiro raio de sol que aquece a flor. Ainda vejo a despedida da noite numa gota de orvalho, que desliza na folha, e longe ouço o canto da coruja que se recolhe na escuridão do seu dia.
Te sinto tão perto, te procurei tão longe, nas sombras da noite me perdi entre árvores, montanhas e desertos. Segui teus passos nos caminhos do amor, e me envolvo com a lembrança da tua presença que é como o sol que me trás calor.
Fecho os olhos e vejo teu sorriso, que desfez a densa nuvem que teimava em permanecer no céu, recordando a chuva fria, que com a noite abandonou as ruas levando consigo o frio da solidão, deixando o sol e a luz que me levou a ti...
By Claudia Bobsin